Bom dia Tristeza, eu sei que você está aí
- Priscila Rezende

- 29 de out.
- 2 min de leitura
Um dia acordei com a sensação de que nada estava bom. No meu peito uma dor dilacerante apertava conforme os minutos passavam. Lágrimas brotavam dos meus olhos sem pedir licença e eu sem entender o que estava acontecendo. Diante de uma manhã angustiada, eu me percebi triste. Triste? Mas por que eu estou assim, se todos falam que eu tenho tudo. Tudo? Que tudo?
Faltam palavras para expressar a dor, a solidão, a frustração, a mágoa... Sentimentos misturados e uma imensa vontade de sumir. Tristeza? Será que é você me visitando novamente? Não quero mais te sentir presente, porque você vem sem avisar. Já falei que estou cansada? Tô cansada. Cansada de tudo.
Mas sabe... Depois de tantas visitas suas, eu aprendi a te olhar de outro jeito. Descobri que você não vem à toa, não vem por acaso. Você chega quando eu me abandono. Quando deixo de me ouvir. Quando visto sorrisos que não são meus, quando aceito o pouco achando que mereço menos.
Você, tristeza, me mostra que algo dentro de mim precisa de colo. Precisa de pausa. Precisa de mim.
Eu ainda estou cansada, mas já não sou a mesma. Agora, quando você chega, eu sento, respiro fundo e pergunto: “O que é que você quer me mostrar?”
E mesmo chorando, mesmo doendo, eu sigo. Sigo porque sei que toda tristeza tem um fim — e o recomeço sempre chega. Não da forma que eu queria, nem na velocidade que eu espero. Mas ele vem.
Hoje, escolho continuar. Por mim. Pelas partes de mim que ainda acreditam, que ainda sonham. Porque eu descobri que dentro do cansaço também mora uma força: A de quem já caiu mil vezes, mas não esqueceu como se levanta.
Com carinho, Para você que ainda não sabe que precisava ler isso,
Priscïla Rezende
Psicanalista Clínica & Especialista em Relacionamento

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